Colegas de trabalho lamentam mortes de professoras no sul da Bahia: 'Vazio muito grande', diz diretor de escola
22/08/2025
(Foto: Reprodução) Morte de três mulheres em praia de Ilhéus completa uma semana
Colegas de trabalho de Alexsandra Suzart e Maria Helena do Nascimento, professoras encontradas mortas em Ilhéus, no sul da Bahia, lamentam o ocorrido e tentam lidar com a dor e saudade. Elas desapareceram em 15 de agosto, quando saíram para passear com um cachorro na Praia dos Milionários. Os corpos de Alexsandra, Maria Helena e da filha dela, Mariana, foram achados no dia seguinte.
Nesta sexta-feira (22), o crime completa uma semana sem identificação de suspeitos, nem esclarecimentos acerca da motivação.
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Emocionado, Gilton Oliveira, diretor da escola onde Alexsandra Suzart ensinava, relembrou a última vez em que viu ela com vida. A mulher ensinava uma turma com alunos que possuem Transtorno do espectro autista (TEA).
"Ela saiu daqui na sexta-feira dizendo que voltava na segunda e não retornou, deixando um vazio muito grande aqui. Ela só recebia elogios das famílias, das crianças. Ela se colocava sempre no lugar do outro", relatou.
Gilton Oliveira, diretor da escola onde Alexsandra Suzart ensinava, relembrou a última vez em que viu ela com vida
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Na outra escola onde Maria Helena ensinava, colegas de trabalho relataram que lutam para superar o choque da perda e retomar as atividades. Alana Alves Batista da Silva, diretora da unidade de ensino, relatou que, quando os profissionais se reúnem, lembram de momentos com a professora.
"Qualquer momento que a gente senta e para, dá aquele aperto no coração. [...] Quando a gente abre o portão, a primeira sala que a gente vê na escola é a sala que Maria Helena trabalhava. É muito triste e revoltante a gente saber que a gente perdeu duas amigas de uma forma tão trágica", contou.
O que se sabe e o que falta esclarecer sobre o assassinato de três mulheres após passeio com cachorro na Bahia
Na última imagem das vítimas com vida, é possível ver que elas caminhavam juntas na areia. Apesar da praia ser considerada uma das mais turísticas de Ilhéus, a faixa em que elas andavam é deserta, com poucos banhistas.
O local onde os corpos foram encontrados fica em uma área de vegetação a poucos metros da areia. A região é cercada por diversos estabelecimentos, como o Clube Associação Atlética Banco do Brasil (AABB Ilhéus), o aeroporto de Ilhéus, casas, comércios e pousadas. (Veja imagem abaixo)
Além disso, o local também fica próximo da rodovia estadual BA-001, por onde os suspeitos podem ter fugido. Mais de 15 câmeras de segurança tiveram as imagens analisadas pela polícia, mas as gravações têm pontos cegos e nenhum suspeito foi identificado até esta sexta-feira.
Desaparecimento e morte das três mulheres completa uma semana
Segundo as investigações, os corpos tinham marcas de facadas, mas as mulheres não foram roubadas, porque não levaram objetos de valor para a caminhada. A investigação também identificou que não há indícios de violência sexual.
O cachorro que aparece nas imagens foi encontrado com vida. Ele estava amarrado em uma árvore, ao lado dos corpos.
Apesar de não haver informações acerca da motivação do crime, a polícia acredita que duas ou três pessoas participaram dos homicídios.
Local onde as mulheres foram encontradas fica próximo a clube, condomínio de casas e rodovia
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Quem eram as vítimas
Alexsandra Oliveira Suzart, de 45 anos, e Maria Helena do Nascimento Bastos, de 41 anos, eram amigas, vizinhas e trabalhavam com atendimento profissional especializado no Centro de Referência à Inclusão e Ilhéus, unidade da rede municipal de ensino.
Segundo colegas educadores, as duas mulheres eram consideradas ótimas profissionais e eram queridas pelos pais dos alunos, que as buscavam para pedir conselhos em relação a educação dos filhos.
Já Mariana Bastos da Silva, de 20 anos, era universitária e filha de Maria Helena. Todas elas moravam em condomínios que ficam a 200 metros da praia.
Vítimas foram achadas mortas após saírem para passear com cachorro em destino turístico da Bahia
Reprodução/Redes Sociais
Protestos na cidade
Desde o assassinato das vítimas, pelo menos três manifestações foram feitos em Ilhéus. Os moradores da cidade pediram justiça pelo crime e celeridade nas investigações.
Mortes de três mulheres em praia turística da Bahia geram indignação: 'Calaram três de nós'
A Ordem dos Advogados (OAB-BA) enviou um ofício para a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) cobrando providências imediatas contra a violência na cidade, considerada a oitava mais perigosa da Bahia pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
O secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, a vice-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), deputada Fátima Nunes, e vereadores da cidade de Ilhéus participaram de uma reunião na quinta-feira (21) para discutir o reforço da segurança na cidade.
O delegado-geral da Polícia Civil, André Viana, afirmou que as equipes de investigação ainda consideram diversas linhas para analisar o caso.
Centenas de pessoas participam de terceiro protesto e cobram agilidade nas investigações
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