Brasília recebe a 26ª Parada LGBTQIAPN+ neste domingo com foco na juventude e nas periferias
06/07/2025
(Foto: Reprodução) Evento cobra políticas públicas e celebra a diversidade da população LGBTQIAPN+. Bandeira gigante colore a Rodoviária do Plano Piloto pelo Dia do Orgulho LGBTQIAPN+
Hugo Barreto
Com o tema “Jovem, LGBT, Periferia, Orgulho”, a 26ª Parada do Orgulho LGBTQIAPN+ 🌈 acontece neste domingo (6), em Brasília. A concentração está marcada às 14h, em frente ao Congresso Nacional, com desfile pela Esplanada dos Ministérios.
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Além de celebrar a diversidade, o evento também será palco para dar visibilidade às demandas da comunidade, como o combate à violência, a luta por políticas públicas inclusivas e o acesso a direitos básicos.
A Associação Brasília Orgulho é a organizadora da Parada LGBTQIAPN+, que contará com a presença de nomes como Grag Queen, Mc Carol e Naninha.
O projeto, realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) do Distrito Federal, é valorado em R$340 mil.
Movimento cobra ações
Em meio à mobilização social promovida pela parada, organizações do movimento LGBTQIAPN+ cobram ações concretas do Governo do Distrito Federal (GDF).
O Estruturação, coletivo de Brasília, pede a criação imediata do Conselho Distrital LGBTQIAPN+. O coletivo também destaca a tentativa de regulamentação da Lei Maninha (Lei nº 2.615/2000), que prevê sanções por LGBTfobia, mas está há mais de 20 anos sem aplicação prática.
Segundo o presidente do grupo, Michel Platini, não há diálogo real com o governo local. Ele afirma que a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF) rompeu as discussões com a sociedade civil e promove uma política de fachada.
Procuradas pelo g1, a Sejus e a Coordenação de Políticas de Proteção e Promoção de Direitos e Cidadania LGBT não se manifestaram até a última atualização desta reportagem.
"A Coordenação LGBT+ da SEJUS não dialoga, não articula, não constrói políticas públicas com o movimento. É uma instância esvaziada de legitimidade, que ignora a realidade e as urgências da nossa população", ressalta o coletivo
Outra medida é a criação do comitê gestor para elaborar a política distrital de enfrentamento à LGBTfobia.
"Ocupamos espaços e as ruas para mostrar a força da comunidade LGBT do DF e o quanto temos a celebrar e ainda a conquistar até a cidadania plena", ressalta a associação.
4ª Conferência Distrital dos Direitos das Pessoas LGBTQIAPN+
Entenda em um minuto: o que é 'queer'
Em junho, a 4ª Conferência Distrital LGBTQIAPN+ do Distrito Federal apresentou um total de 16 propostas, divididas entre quatro eixos temáticos. Os temas abordam:
Enfrentamento à violência contra pessoas LGBTQIAPN+
Geração de trabalho digno e renda para essa população
Promoção de direitos (como educação, saúde e cultura) inclusive para brasileiros LGBTQIAPN+ em situação de violência no exterior
Institucionalização da Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIAPN+.
O Estruturação, a Coordenação de Políticas de Proteção e Promoção de Direitos e Cidadania LGBT cobra da Sejus "respostas adequadas às necessidades da comunidade".
O grupo aponta a ausência de políticas públicas efetivas em áreas da saúde, educação, segurança e empregabilidade para a população LGBTQIAPN+ no DF e solicita uma política distrital específica, com metas, orçamento e acompanhamento.
“O GDF precisa urgentemente lançar campanhas de combate ao ódio e ao estigma, promovendo a valorização da diversidade e o reconhecimento dos nossos direitos. Chega de omissão. Chega de promessas não cumpridas. O tempo da invisibilidade acabou”, conclui o presidente do Estruturação.
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